Quem achava que a redução de demanda por automóveis, em tempos de confinamento, iria resultar em descontos em veículos novos, pode ter uma decepção. Mesmo com a queda na procura, algumas montadoras têm elevado o preço dos automóveis. A Chevrolet, que já havia reajustado os preços em 4% no mês passado, agora prepara um novo aumento, que segundo a Quatro Rodas varia de 1,5% a 5,8%. A nova tabela de preços sugeridos deve entrar em vigor no mês que vem. A justificativa está na alta do dólar frente ao real, o que teria elevado o custo de produção. Além da alta, versões mais baratas, como o Joy, podem deixar de ser oferecidas.

O Joy (versão antiga do Onix) é o modelo mais barato da Chevrolet. Atualmente, custa R$ 52.150. Já o Joy Plus (nova nomenclatura do sedã Prisma) custa a partir de R$ 56.090.

Em entrevista ao Estadão no domingo, dia 21, o presidente da General Motors na América do Sul, o argentino Carlos Zarlenga, disse que, devido ao custo de produção, alguns modelos não são rentáveis. Quanto mais componentes importados, maior o custo. Por isso, Zarlenga afirmou que “é melhor não produzir e não vender, pois, quanto mais se produz e vende, mais dinheiro se perde”.

Um concessionário ouvido pelo Jornal do Carro diz que a Chevrolet deverá fazer uma “simplificação da linha”. De acordo com ele, há duas versões do Joy (Joy e Joy Black), com pequenas diferenças no acabamento. É o caso por exemplo do acabamento escurecido na gravata Chevrolet e nas calotas, na versão Black. Segundo ele, a fábrica já sinalizou que a Joy deve sair de linha, deixando apenas a Black.

De acordo com a mesma fonte, o Onix tem duas versões básicas (uma com motor aspirado e outra turbo) e duas LT (também com as duas variações de motor). Como os preços entre elas são próximos, ele acredita que nesse caso deverá haver uma redução na oferta. Segundo o concessionário, o excesso de versões causa confusão para o comprador.

A segunda geração do carro mais vendido do Brasil chegou recheada de tecnologia, no segundo semestre do ano passado. Além disso, veio com preço agressivo, o que acabou garantindo a liderança tranquila de mercado. A estratégia de preços abaixo da concorrência pode agora estar surtindo efeito contrário.

Nas versões mais caras, como a Premier, há itens exclusivos no segmento, como internet, sensor de ponto cego e até estacionamento semiautônomo. O problema é que tudo isso acabou ficando mais caro por causa da desvalorização do real frente ao dólar.

Mesmo assim, as versões mais baratas do modelo tiveram o maior índice de aumento. O Onix 1.0 básico deve ir de R$ 53.050 para cerca de R$ 56.127, alta de R$ 3.077. Isso se o modelo realmente receber os 5,8% de aumento. Os concessionários ainda não receberam as novas tabelas. Já no caso do Onix Premier, que tem motor 1.0 turbo e câmbio automático, o preço deve ir de R$ 75.490 para R$ 77.760, elevação de R$ 2.270, ou 3% de aumento.

O Tracker mais barato, com motor 1.0 aspirado e câmbio manual, deve saltar de R$ 85.290 para R$ 87.400. Nesse caso, a elevação é de R$ 2.110, ou 2,5%.

Quanto aos importados, o elétrico Bolt deve subir cerca de R$ 5.250. Dos atuais R$ 209.990, pode chegar a R$ 215.240, ou 2,5% a mais.

O modelo mais caro da marca, o Camaro conversível, pode ter aumento de R$ 9.570. Dos atuais 382.850, pode passar para R$ 392.420, também com elevação de 2,5%.



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