A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi está revendo toda a estratégia após o longo período de incertezas causado pelo escândalo envolvendo o ex-CEO do grupo, Carlos Ghosn. A síntese desse plano é a integração total entre as empresas. Será quase uma fusão, em que as montadoras vão unir fábricas e produzir carros umas para as outras, sobre plataformas compartilhadas, para reduzir custos. Um dos primeiros modelos nesse molde será o Micra, o Nissan March.

“Para a próxima geração do March, nós vamos seguir a Renault, e pedir a eles que desenvolvam e produzam o novo March para nós', disse o diretor de operações da Nissan, Ashwani Gupta, em entrevista ao diário francês Le Monde. A renovação do compacto está prevista para 2024. Vale lembrar que na Europa o March é chamado de Micra.

Isso já acontece parcialmente com o atual (das fotos), que é produzido pela francesa no subúrbio de Paris. O que vai mudar é que a Renault vai projetar o próximo Nissan Micra, sendo responsável por cada parafuso. A ordem dentro da aliança é de redução de custos. Por isso, cada empresa vai se dedicar a certos tipos de carros.

No Brasil, o resultado dessa reaproximação entre as marcas talvez não demore muito a chegar às ruas. Após encerrar a produção do compacto March na fábrica de Resende (RJ), a Nissan já planeja o seu sucessor. A empresa abriu mão do hatch por um novo SUV, o Magnite, futuro primo-irmão do Renault Kwid.

O último um ano e meio foi bastante conturbado para as empresas após o ex-CEO, Carlos Ghosn, ser preso em novembro de 2018. Acusado de fraude fiscal e irregularidades em sua gestão, o executivo foi levado pela polícia ao desembarcar a negócios no Japão. Sem provas concretas, os japoneses o mantiveram preso na cadeia e, posteriormente, em prisão domiciliar.

Para a surpresa das autoridades japonesas, Ghosn conseguiu fugir do país no dia 30 de dezembro de 2019, às vésperas do réveillon. Com tripla nacionalidade (brasileira, francesa e libanesa), o executivo voou clandestinamente até Beirute, no Líbano, onde aguarda, em liberdade, os desdobramentos judiciais. Após escapar, Ghosn disse que fugiu da “injustiça do sistema jurídico japonês”.



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